quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
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Metodologia do Trabalho Artístico
Docente: Fernando Amaro
Gustavo Jesus
Alexandre Lima
Zé Maria Ferreira
Laura Costa
1. Introdução e Explanação do Projecto
2. Contexto histórico da cidade de Faro
3. Uma breve análise sobre a Rua dos Cântaros ( Largo do Pé da Cruz ).
4. Avaliação Urbana e Património.
5. Análise Demográfica ( século XVIII a XX ).
6.Inquérito Urbanístico.
7. Conclusão
8. Bibliografia
9. Anexos
9.1. Topográficos.
9.2.Audiovisuais.
“ No dia 27 de Junho de 1883, os navios da Esquadra Liberal fundeavam na Ria Formosa e libertavam sem qualquer resistência, a cidade de Faro. Perante a ameaça miguelista foi necessário proceder-se à fortificação e armamento desta praça e à defesa da cidade “ in a Recuperação do Castelo de Faro”, anais do Município de Faro, vol. XX, 1990, p 70
“Muitas vezes o punctum é um “pormenor”, isto é, um objecto
Parcial. Assim, apresentar exemplos de punctum é, de certo modo, entregar-me.”
In La Chambre Claire, Roland Barthes, Éditiones de L’Étoile, Galimard, Le Seuil, 1980.
1) Introdução e Explanação do Projecto
É pretendido com este trabalho “subverter” a arquitectura civil e paisagística da cidade de Faro.
Para tal pretendemos desenvolver no tão subaproveitado centro histórico e central da cidade de Faro um projecto que visa dinamizar a cultura, o bem - estar dos cidadãos e a preservação do património histórico e ambiental.
Desenvolvemos o nosso projecto no Largo do Pé da Cruz e construções adjacentes.
Construções que datam desde o Manuelino ( Ermida do Pé da Cruz ), passando por construções do início do século XX, edifícios - estado novo, anos cinquenta e sessenta muito próximas a um nível estético de bairro social.
Pretendemos a um nível ambiental o encerramento do trânsito e a um nível histórico e cultural uma intervenção urbanística que visa o primado estético e uma justa valorização do património histórico-religioso farense.
A nossa intervenção está centrada na rotunda do já citado Largo com a construção de sete tubos em zinco. O maior destes tubos terá 10,423 m de altura com uma base sustentável e de diâmetro de 440 mm e proporcionalmente descendente, o menor terá 8,273 m de altura com um diâmetro de 370 mm. Planeamento que servindo-se da força do vento promovem sonoridades distintas criando um ambiente aprazível e uma tão necessária educação cultural face á arte. Nesta zona central e circundante ás construções sonoras toda a rotunda estará repleta de odores intensos, limoeiros e jasmins.
Na disposição da intervenção para além da escultura musical, encontra-se ainda quatro bancos ”Tête-á-Tête”, estética importada do romantismo concebidos em plexiglass.
Convêm ainda citar a tipologia e história do plexiglass que pela sua modernidade entra em confluência com o projecto.
O plexiglass é:
Acrílico ou polimetil – metacrilato (PMMA) é um material termoplástico rígido e transparente; também pode ser considerado um dos polímeros (plásticos) mais modernos e com maior qualidade do mercado, por sua facilidade de adquirir formas, por sua leveza e alta resistência. É também chamado vidro acrílico.
O nome químico desse polímero sintético é poli (metil-2-metilpropenoato). Seu monômero é o éster metil propenoato de metila. Desenvolvido em 1928 em vários laboratórios, surgiu no mercado em 1933 através da empresa alemã Rohm and Haas (GmbH & Co. KG).
Um dos fatos que contribuiu para a popularização do acrílico é por ele ser um polímero do tipo termoplástico, com reciclagem viável em termos económicos. Isso porque os termofixos, diferente dos termoplásticos, só têm reciclagem possível por meios químicos a um custo altíssimo, ou seja não é economicamente viável. Portanto, ninguém recicla os termofixos.
Este termoplástico é transparente e é comummente chamado de vidro acrílico ou simplesmente acrílico. O material foi desenvolvido em 1928 em vários laboratórios e foi trazido para o mercado em 1933 por Rohm and Haas Company.
Apresentam-se ainda quatro bancos em pinho e ferro sendo um deles uma semicircunferência em plexiglass.
Surge ainda no espaço projectado um tabuleiro de xadrez ladeado por um banco em pinho.
Tendo este tabuleiro de xadrez de 240cm de lado a particularidade de ter as suas cores subvertidas a partir da sua construção em plexiglass para entrar em confluência com as cores vibrantes dos edifícios circundantes.
É pretendida uma versão pós - pós-moderna que estabeleça uma confluência entre algumas das fachadas recuperadas e com cores vibrantes, uma resposta subversiva ao estilo manuelino através do “ vibratto”da cor.
As formas em plexiglass multi coloridas e o manuelino subvertido, incluindo o tabuleiro de xadrez remetem-nos para as linguagens plásticas e tridimensionais de Won Ju Lim ( que confunde a percepção e inverte-a para soluções espaciais extremamente ambíguas na sua leitura ) e de Sarah Morris que apresenta a dubiedade da cor em estruturas tridimensionais ou bidimensionais.
2) Contexto histórico da cidade de Faro.
O nome Ossónoba provém de Osson Êbá, ou armazém do sapal, empório comercial fenício no morro da Sé.
No época romana prosperou na cidade um culto cristão direccionado á veneração da Virgem Maria, surgindo de instantâneo a designação de Santa Maria de Ossónoba, no século V em confluência com a conquista visigoda e consequente cristianização da cidade.
O nome deriva para UKXUNBA, devendo-se aplicar a uma designação árabe de cidade ou região no período da ocupação.
A designação Ossónoba desaparece durante as revoltas moçárabes do século IX, sobressaindo a cristianização de Santa Maria do Ocidente como nome em oposição a Santa Maria do Oriente em Valência.
No século XI durante o governo Said Ibn Harun na taifa de Santa Maria a cidade passa-se a denominar Santa Maria Ibn Harun.
Consequentemente á conquista da cidade por D. Afonso III são os cruzados em direcção á Palestina que lhe dão os mais variados nomes como: Hairin, Sanctam Mariam de Pharun e por último Farun.
No século XIII os portugueses designam a cidade por Santa Maria de Faaram, nome este que evolui para Farom, Faroo e Farão.
Somente no século dezoito adquire o actual nome de Faro.
Historicamente todas as fontes históricas das árabes às romanas do século IX ao século XIII situam Faro como uma cidade marítima, construída junto ao Oceano, relativamente grande, cujas muralhas eram banhadas pela água da maré alta.
Na época romana tinha um edifício umas enormes colunas revestidas a folha de prata extraordinariamente grandes e largas e uma misteriosa fonte cujo o jacto de água só era visível ao longe.
Isto até ao terramoto de 1755 que iria em todo alterar ou anular a "ria de Faro".
Na época árabe e destaca-se a mesquita ou a catedral de Ossónoba e um oratório público.
A presença grega por intermédio da romana esta registada em vinte e cinco nomes o que nos demonstra que tanto em factores populacionais como no espírito de Ossónoba os gregos deixaram o seu cunho.
A marca romana continua registada junto da Porta Nova com o nome de Sonobensium, genitivo de Ossobonobenses que fazia menção a um acto, sentir dos cidadãos.
Sabe-se que se tratava de uma República - a de Aureliano não só através da moeda cunhada com símbolos sucessórios ou mesmo através do monumento erigido ao imperador ( 270 - 275 DC. ).
três metros abaixo do nível actual as muralhas.
Os tanques de salga e o templum a leste que os árabes haveriam de regularizar, o "mosaico oceano" situam e confirmam a origem histórica da cidade na Sé.
Os elementos visigóticos já na época cristã( antes do édito de Milão de 317) continuam a sustentar uma comunidade que se vinha impondo e esse conjunto ainda hoje está patenteado no Museu da Cidade e no Quintal da Igreja do Carmo.
No século IX a cidade é fortificada com portas de ferro e a comunidade cristã em franca ascensão, os moçárabes conseguem erguer nas muralhas uma imagem de Santa Maria paralelamente com a fama da igreja visigótica de Santa Maria.
A presença árabe ainda hoje esta patente em estruturas vila a dentro.
No local onde hoje esta a Sé erguia-se uma mesquita muçulmana.
Faro é pertença portuguesa em 29 de Março de 1249.
1) Uma breve análise sobre a rua do pé da Cruz ( Rua dos Cântaros)
A actual rua do Pé da Cruz outrora Rua dos Cântaros foi edificada a partir da Ermida de Nossa Senhora do Pé da Cruz e etimologicamente a palavra ermida quer dizer:
Cuba - do árabe “qubba”, a cúpula do morábito ou eremitério (ermida) onde os Mestres espirituais, terminada a sua missão, recolhiam – se para uma vida de meditação e ascese, e no interior do qual eram sepultados após a morte. tornavam-se, então, lugares de peregrinação para os fiéis, que esperavam receber do mestre defunto a graça santificante. Após a conquista cristã muitos destes morábitos continuaram a ser frequentados pelos crentes muçulmanos e cristãos, o que levou à sua transformação em capelas, ou ermidas. São muito vulgares no Alentejo e no Algarve.
Em alguns casos, o topónimo “Cuba” é de origem latina e significa “reservatório de água”.
As ermidas definem-se por idolatrarem um só culto, associadas ao culto da nave lateral em oposição á majestosidade das igrejas que edificavam as cidades.
Será óbvia a ligação com a Rua do Poço dos Cântaros edificada por essa necessidade.
4) Avaliação Urbana e Património.
Faro que foi a primeira cidade portuguesa a ter registos topográficos apresenta-se hoje com um conjunto predominante de arquitectura civil pombalino.
Consequência do terramoto de 1775 e alguns focos de incêndio que determinaram a maior parte da estética citadina.
Contudo uma pressuposta harmonia citadina foi violada por pressupostas construções modernas que proliferam por toda a cidade e zonas periféricas, envolvendo a demolição de prédios admiráveis.
A título de exemplo; a casa onde viveu o cardeal de Lacerda na esquina do Largo do Carmo com o do Poço de São Pedro onde não deveria ter sido consentido a sua demolição e construção de uma torre de onze pisos pois por lei e sem ter sido consultada a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia não é permitida a edificação vertical com mais de quatro pisos e também em 1978 no Largo do Pé da Cruz um exemplar setecentista extraordinariamente bem conservado que sucumbiu ás “ vicissitudes” farenses.
Torna-se necessária uma breve análise histórica da urbe para contextualizar todo o corpo de trabalho.
Nos finais do século XV, é reconvertido o espaço público através da Praça da Rainha ( actual Praça D. Francisco Gomes ).
Esta praça centralizadora e estruturante da vila relocaliza o pólo comercial, transferindo das alcaçarias e na construção de uma ermida de invocação ao Espírito Santo, anexando-lhe um pequeno hospital.
As preocupações urbanas ganham forma paralelamente á construção religiosa e urbanística desta cidade marítima.
A arquitectura civil e religiosa são disso um exemplo com a consolidação do Bairro Ribeirinho.
Faro é constituída cidade em 1540 com o intuito de se tornar sede episcopal.
As divergências entre Faro e Silves serão ultrapassadas com o declínio desta última passando Faro em 1577.
A sua centralidade é um factor determinante sem menosprezar o pensamento teológico e da igreja que determina todas as construções monumentais e monásticas que determinam consequentemente toda uma arquitectura civil e urbanística.
Com as sucessivas invasões nomeadamente a do conde de Essex em 1596, reflectiram-se no urbanismo da cidade e poderá ser este o ponto estruturante do Largo da Sé, enquanto amplo espaço religioso.
Os limites da cidade serão condicionados até ao século XX pelo exemplo das urbanizações, das hortas conventuais e colegial de São Francisco( 1919 – 1929 ), São Pedro e do Convento de Santo António dos Capuchos, restando como espaços verdes urbanos a título de exemplo o Jardim Manuel Bívar e parte da Avenida Hintze, actualmente a avenida cinco de Outubro.
Dá-se a intervenção urbanística em 1945 do arquitecto João Aguiar que tinha como objectivos principais a localização dos edifícios principais e os equipamentos sociais e a promoção do trânsito urbano.
É salvaguardado apenas a zona de Villa - Adentro, considerada valor patrimonial mesmo face ao ambíguo plano Geral de Urbanização de 1945.
Nos finais dos anos sessenta a Direcção dos serviços de planeamento Urbanístico do Ministério das Obras Públicas promoveu o Estudo de Prospecção, Preservação e Recuperação de Elementos Urbanísticos e Arquitectónicos Notáveis, em Áreas Urbanas e Marginais Viárias, na Região do Algarve. Projecto esse sob a alçada do arquitecto Cabeça Padrão.
No entanto a especulação imobiliária face a uma expansão desenfreada e sem planeamento impôs se aos tecidos urbanos consolidados e á descaracterização da cidade.
É criado um novo Plano Geral em 1980 da responsabilidade do Arquitecto Tomás Taveira de carácter controverso pois tocante á áreas urbanas consolidadas que até á data somente ultrapassavam a segunda circular ( A.V. Calouste Gulbenkian ), concebida na altura apresentam uma disparidade face aos prédios de pequeno porte, praças e largos contrapostos á corrupção de inúmeras torres.
Não se crê que se tratava de uma atitude desconstrutivista elaborada e pensada no bom termo do movimento pois a sua descaracterização formal materializou-se numa descaracterização urbana e do património.
A desvalorização do tecido urbano continua, até que no ano de 1993 é criado no âmbito do Programa de Recuperação das Áreas Urbanas Degradadas ( PRAUD ), com o intento de actuar nos núcleos históricos urbanos ( Vila-Adentro, Mouraria e Bairro Ribeirinho).
O seu trabalho e em comparação com a politica europeia de defesa do património tem encontrado todo o tipo de obstáculos que passam pela permanência da especulação imobiliária, interesses políticos dúbios, no sentido da burocratização camarária, a sucessiva mudança de pastas e politicas que deixam muito a desejar mesmo face a uma direita liberal.
Estas considerações não se tratam de tomadas partidárias pessoais deste corpo de trabalho mas sim de uma consciencialização no verdadeiro sentido da política de património e urbanização. Somente em 1993 foi criado um gabinete de apoio ao património que continua a encontrar o mais que citado e falado “ sindroma da burocratização estatal “.
O dialogo na recuperação das ermidas, igrejas que edificaram as cidades europeias apresenta uma decadência de interesse monetário da Instituição Católica na recuperação do seu valor histórico.
Frescos, peças de antiquário e incluindo a tão pouco falada “capela dos ossos” farense encontra-se votada a um literal abandono.
A falta de dialogo entre o estado e a igreja não apresenta soluções dignas de recuperação do património farense.
A título de exemplo e do nosso projecto a ermida do Pé da Cruz foi convertida numa tão despersonalizada ( em termos estéticos )
” casa de velórios”
Passa-se a citar um outro curioso exemplo de uma entrevista concedida pela Arquitecta Teresa Valente :
Entrevista efectuada á Arquitecta Teresa Valente, responsável na Câmara Municipal de Faro pela área de Urbanização no âmbito de um hipotético projecto que visa viabilizar a zona histórica e central da cidade com uma intervenção no Largo do Pé da Cruz.
A entrevistada frisa que a cultura não existe em Faro e projectos que visam dinamizar a cidade não têm viabilidade.
A entrevista decorreu no passado dia…. em que a arquitecta Teresa Valente que trabalhara anteriormente na Câmara de Guimarães e agora responsável pela área de urbanização da câmara de Faro deixou bem claro sem qualquer explicação que não autorizaria o uso da gravação da entrevista. Foi utilizado um método semelhante á estenografia que pudesse sintetizar todo um rol de perguntas, palavras e algumas respostas.
É de frisar que a responsável ocupa este cargo desde o passado mês de Outubro.
- O que é a cultura em Faro?
A Arq. Teresa Valente esboça um sorriso e após uma pequena pausa responde pausadamente com um olhar sereno:
- A cultura em Faro não existe. Como se pode falar de cultura se a Educação e a Saúde pecam por falta de verbas?
É -lhe explanado o projecto dos interlocutores.
A responsável sorri nervosamente e evitando o contacto visual não indica quaisquer tipo de programas culturais e fala de programas sem fins lucrativos que possam apoiar estas iniciativas.
Refere a paixão, o envolvimento de todos os envolvidos em projectos que passam sobretudo pelo mecenato, ajudas externas face a verbas delimitativas.
Um pouco exaltada refere que a cultura acaba por ser um produto alienado viciado á partida que depende de um esforço duplo de quem projecta e de quem poderá apoiar.
Fala do exemplo de Guimarães como exemplo de urbanização, espaço público, arte pública e fruição.
- Então, em que posição é que fica a cultura face a tamanha alienação?
A dita responde com alguma impaciência:
- É simples. É não ficar á espera que os outros façam as coisas por nós. Se a saúde e o trabalho carecem a cultura então e mais do que sectária.
Continua a repetir-se com alguma eloquência falando da paixão pessoal e do pouco ou nenhum envolvimento da câmara em iniciativas que visam a modernização da cidade. Frisa amplamente:
- Não é desculpa não o poder fazer!
O projecto é explanado amplamente e a resposta fica dependente de um regulamento de 2000 que está sensivelmente á mais de dois anos para ser revisto. Regulamento esse que para além “n” de proibições burocráticas não autoriza que edifícios com mais de trinta anos sejam coloridos com outra cor senão o branco.
Volta a frisar mas num tom mais exaltado que a realidade de todos estes projectos passam pelas transferências de poder e acabam por morrer á partida pois não são viabilizados pela câmara não obstante a paixão pessoal.
Procura-se respostas para a transferência de pastas e poderes e dos ditos subsídios e como é que são atribuídos, obtendo-se apenas uma retórica e evasivas que remetem para perguntas anteriores e descontextualizadas.
Quando é mencionado o hipotético encerramento de trânsito nas áreas históricas ( de acordo com o projecto apresentado) é com a maior das transparências que nos fala de o encerramento de duas outras duas vias, quase periféricas á cidade advertindo antes do mais na posição da divisão de trânsito da câmara.
O descontentamento da população inquirida face á actual urbanização e uma esmagadora maioria de 80% referente ao Largo do Pé da Cruz ( na amostragem de trinta inquiridos ) não obtêm qualquer resposta da Arquitecta que opta por falar do papel do tradicional e do papel que mantêm na estrutura da cidade em detrimento das renovações sucessórias urbanísticas.
Critica o projecto apresentado pois trata-se de um acto isolado de aparente modernidade.
É reformulada a questão do descontentamento dos moradores e desta vez a resposta após um ar pensativo e inquiridor é de que não existe nenhuma Associação de Moradores.
É lhe perguntado se a politica camarária não peca por excesso de burocracias e retóricas e a Arquitecta Teresa Valente eleva o tom de voz e faz uma analogia com esta entrevista e uma entrevista da SIC.
Recomeçando numa voz pausada passa a falar em nome pessoal” Eu… Maria Teresa…”, vinculando que se faz muito com o pouco que se têm e face a uma pergunta dúbia que procura uma resposta emocional ela salienta o aumento do número dos funcionários da câmara com uma grande estupefacção.
É lhe perguntado qual a posição da ordem dos arquitectos face á politica de reabilitação urbana e de Faro e responde calmamente que não passa de mais um membro.
Face a um hipotético diálogo com a Diocese sobre a política de restauração histórica e religiosa adianta que não existe quaisquer tentativas de conversação sem antes deixar claro o restauro da Igreja da Esperança.
Considera que todo este conjunto de “handicapts” é um motivo para a participação pública e uma vez mais fala na qualidade de Maria Teresa Valente.
Contudo ao finalizar a entrevista com uma pergunta sobre os projectos mais imediatos do Gabinete de Reabilitação Urbana adverte que o profissional é pessoal.
Demonstra bastante curiosidade em ver o projecto apesar de segundo as suas palavras jamais poder ser viabilizado.
No contexto da avaliação do património e da arquitectura civil em Faro é curioso citar o pós 1755, como a excepção a todo este conjunto explanado.
Este período originou um conjunto cuja personalidade e harmonia ainda hoje definem o período mais importante e expressivo da sua paisagem urbana.
5. Análise Demográfica ( século XVIII a XX ).
Pareceu-nos pertinente a inclusão de alguma estatística face a demografia em Faro de XVIII a XX.
Para isso recorremos a um estudo demográfico publicado na revista Anais de Faro de Nº XI da responsabilidade da Doutora Maria Manuela Valagão, docente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas em Lisboa.
Inclui-mos somente do ensaio aquilo que nos pareceu pertinente e sucinto.
Analisando os dados verifica-se um exponencial crescimento demográfico que acabando em 1960 neste período em que a evolução demográfica encontrará sempre sucessivas e “descontroladas” planificações urbanas que se iram repercutir na urbe de Faro.
As especulações imobiliárias e um mau gosto incessante passarão dos anos sessenta até á actualidade sempre numa perversa harmonia.
7.Inquérito Urbanístico.
Inquérito efectuado no Largo do Pé da Cruz e ruas adjacentes no âmbito do desenvolvimento de amostragens. Estas pretendem através de estratos sociais, idades, sexo demonstrar as relações dos habitantes com o local.
INQUERITO Nº: 1
A Idade: 35
1) Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
Não respondeu.
2) Desde quando é vive aqui?
Desde de 1973.
3) O que acha que deste espaço?
Agradável.
4) Concorda com as políticas camarárias?
Não entro em politicas.
5) O que é projectaria para este espaço?
Não modificava nada.
6) Gosta do espaço onde habita?
Sim.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8) Quais são as suas habilitações literárias?
9) Por acaso conhece a história da cidade de Faro?
10 ) Por acaso conhece a história da cidade de Faro?
Não respondeu
INQUERITO Nº: 2
B Idade: 60
1)Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
A fileira de casas que antigamente não existia desfigurou o largo, não existia lago (na minha opinião de ma qualidade e feito as três pancadas)
2)Desde quando é vive aqui?
Desde que nasci (60 anos)
3)O que acha que deste espaço?
Podia haver recuperação de casas, podiam manter fileiras de casas a mesma altura.
4)Concorda com as políticas camarárias?
Confesso que não sei quais são.
5)O que é projectaria para este espaço?
Nada em altura, de certeza.
6)Gosta do espaço onde habita?
Podia ser melhor.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Variável/ trabalhador independente (autor de vários livros, como por exemplo: “para uma critica literária ao direito”)
8)Quais são as suas habilitações literárias?
Licenciado em Sociologia e Ciências politicas.
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Passou pela mão dos Árabes, foi reconquistada pelo D. Afonso III, que roubou o reino ao irmão.
A antiga Óssonoba devia situar-se aqui e não em Estói.
INQUERITO Nº: 3
Nome: Maria Adelaide Alves Pinto da Silva
Sexo: Feminino Idade: 70
1) Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Não vejo diferença, mas antigamente existiam mais casas.
2) Desde quando é vive/s aqui?
30 anos.
3) O que acha que deste espaço?
Mau. Não tem movimento nenhum, só de veículos.
Passeios impróprios para humanos.
4) Concorda/s com as políticas camarárias?
Não concordo com as politicas que praticam.
5) O que é projectaria/s para este espaço?
Abrir passagem para o parque, em galerias com prédios e recuperação da
passagem para o parque.
6) Gosta do espaço onde habita?
Gosto desta baixa.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
Ca. 250 Euros.
8) Quais são as tua/s habilitações literárias?
4ª Classe
9) Qual é a história da cidade de Faro?
Não respondeu
INQUERITO Nº: 4
Nome: D Idade: 59
1) Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
Recordo-me de fazerem a fonte, de resto esta igual.
Sei que havia um poço.
2) Desde quando é vive/s aqui?
20 e quantos anos.
3) O que acha/s que deste espaço?
Casas muito velhas que precisavam de recuperação.
4) Concorda/s com as politicas camarárias?
Não. Faro é uma cidade muito envelhecida, precisava de mais vida e algo novo, como Albufeira.
5) O que é projectaria/s para este espaço?
Por agua na fonte ou então tirar a fonte e por um jardim.
6) Gosta do espaço onde habitas?
Podia ser melhor, mas é bom e até tem movimento.
Qual é o rendimento per capita na família?
1000 e poucos Euros
7) Quais são as suas habilitações literárias?
4º Ano
8) Qual é a história da cidade de Faro?
Havia muralha, foi Afonso D. III que conquistou a cidade aos mouros.
9) Qual é a história da cidade de Faro?
Gosto muito da cidade de Faro um muro que pertencia a cidade velha.
INQUERITO Nº: 5
Nome: F
Brito Idade: 28
1)Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
Não vivo cá há muito tempo, desde que estou cá esta igual.
2)Desde quando é vive aqui?
Um ano.
3)O que acha que deste espaço?
Impróprio para peões e carinhos de crianças.
Precisava de mais espaços verdes.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não.
4) O que é projectaria/s para este espaço?
Espaço para crianças.
5) Gosta/s do espaço onde habitas?
Mais ou menos.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
850 euros.
8) Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º Ano
1) Qual é a história da cidade de Faro?
Não respondeu.
INQUERITO Nº: 6
G Idade: 54
1)Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
Memória da Alameda, festas, romarias, artistas e bailes.
2)Desde quando é vive aqui?
50 anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Está muito mal aproveitado, gostaria de o ver revitalizado.
Muito carismático.
4)Concorda/s com as politicas camarárias?
Não. Estão erradas,
A junta deveria aplicar-se mais e aproximar o povo da cidade.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Fonte, desde que funcionasse estava bem, casas aproveitadas para idosos e crianças.
Museus, espaços culturais.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Pós-graduação
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não respondeu.
INQUERITO Nº: 7
H
Idade: 46
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era muito diferente.
2)Desde quando é vive/s aqui?
39 nos
3)O que acha/s que deste espaço?
Esta conforme os tempos, evoluídos.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Mais ou menos, em algumas sim, outras não.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Um parque para crianças.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as suas habilitações literárias?
6º Ano
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Conquista dos mouros.
INQUERITO N∫: 8
I
Idade: 36
1)Qual é a memória visual que guarda deste espaço?
Esta modificado.
2)Desde quando é vive aqui?
11 anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Podia ser melhor aproveitado.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Ainda não percebi bem quais são.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Restaurante ou galeria se arte ou um salão de chá com galeria.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto muito.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
A concluir mestrado
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Guio grupos turísticos e visitas guiadas pela cidade, conheço bem a história.
INQUERITO Nº: 9
J
Idade: 84
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era um espaço com muitas casas, na parte de traz havia um colégio, foi deitado abaixo.
Vim para aqui quando me casei em 1950.
2)Desde quando é vive/s aqui?
Há quase 50 anos.
3)O que acha/s que deste espaço?
Não tem movimento, faltava comercio.
Decaiu muito.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não concordo nem discordo, estou desiludida.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Deixava igual, nada de alturas.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
300 euros
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Formada em farmacêutica.
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não sei.
INQUERITO Nº: 10
L
Idade: 42
1) Qual È a memÛria visual que guarda/s deste espaÁo?
Esta um pouco diferente, o transito.
2) Desde quando È vive/s aqui?
7 anos
3) O que acha/s que deste espaÁo?
Agrad·vel.
4) Concorda/s com as politicas camar·rias?
Tem melhorado bastante.
5) O que È projectaria/s para este espaÁo?
Recuperava casas antigas e mais zona verde.
6) Gosta/s do espaÁo onde habitas?
Gosto muito.
7) Qual È o rendimento per capita na famÌlia?
N„o respondeu
8) Quais s„o as tua/s habilitaÁıes liter·rias?
12∫ ano
9) Qual È a histÛria da cidade de Faro?
Julgo que sei, atravÈs da minha filha.
INQUERITO Nº: 11
M
Idade: 67
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Muito diferente.
2)Desde quando é vive/s aqui?
39 nos
3)O que acha/s que deste espaço?
Gosto, e é difícil de arranjar cá casa.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não respondeu
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Recuperava as casas destruídas.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto muito.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
3ª Classe
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não sei.
INQUERITO Nº: 12
N
Idade: 23
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Esta igual, acho que ainda tinha água na fonte.
2)Desde quando é vive/s aqui?
3 anos e meio
3)O que acha/s que deste espaço?
É bom.
4 Concorda/s com as politicas camarárias?
Não estou dentro do assunto
5 O que é projectaria/s para este espaço?
Um parque para crianças.
6 Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7 Qual é o rendimento per capita na família?
ca. 900 Euros
8 Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º ano
9 Qual é a história da cidade de Faro?
Não sei.
INQUERITO Nº: 13
O
Idade: 69
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Precisamente igual.
Foi modificada a casa do canto (Travessa da Trindade)
2)Desde quando é vive/s aqui?
30 nos
3)O que acha/s que deste espaço?
Gosto muito.
4)Concorda/s com as politicas camarárias?
Não sei
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Deixaria igual.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
5º Ano
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não tem alterado muito.
INQUERITO Nº: 14
P
Idade: 27
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Moro cá há relativamente pouco tempo, esta igual.
(mas ouvi dizer que já foi muito diferente)
2)Desde quando é vive/s aqui?
2 anos
3)O que acha/s deste espaço?
Bonito, é pena que esta um pouco degradado.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não estou dentro do assunto, mas Faro precisava de mais restauração na zona antiga da cidade.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Espaços culturais ou algo para crianças e eliminava o transito.
Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
6)Qual é o rendimento per capita na família?
Ca 600 – 800 Euros
7)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Curso de Bibliotecária / 12º ano
8)Qual é a história da cidade de Faro?
Era cidade de mouros.
INQUERITO Nº: 15
Q
Idade: 47
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Esta modificado, mas as raízes continuam iguais.
2)Desde quando é vive/s aqui?
3 anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Bonito, calmo (apesar do transito), mas podia estar muito melhor aproveitado.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Concordo com algumas, com outras não.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Deixava o espaço tal como esta, mas restaurava as casas e faz também falta agua na fonte.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º ano
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Conheço a parte básica, cidade mourisca, etc.
INQUERITO Nº: 16
R
Idade: 28
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Não esta diferente.
2)Desde quando é vive/s aqui?
Desde Setembro.
3)O que acha/s que deste espaço?
Mal aproveitado.
1) Concorda/s com as políticas camarárias?
Estou mais ou menos a par. Sim, comparando com antes.
2) O que é projectaria/s para este espaço?
Dinamizar o largo, tirar o poço porque parece um parque de estacionamento.
3) Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
4) Qual é o rendimento per capita na família?
1000 Euros
5) Quais são as tua/s habilitações literárias?
Licenciatura
6) Qual é a história da cidade de Faro?
Conheço por alto. Historia da muralha e invasões.
INQUERITO Nº: 17
S
Idade: 69
1) Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era liso, havia um poço, uma mercearia, era mais do povo do que outra coisa.
Os prédios eram mais pequenos, a igreja esta igual.
2) Desde quando é vive/s aqui?
43 Anos
3) O que acha/s que deste espaço?
Seria mais bonito com a fonte a funcionar, torna-se mais alegre.
4) Concorda/s com as políticas camarárias?
Não muito.
5) O que é projectaria/s para este espaço?
Espaço verde.
6) Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim, é uma zona agradável, perto da baixa, e privilegiada em relação ao comércio.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
600 Euros
8) Quais são as tua/s habilitações literárias?
5º Ano
9) Qual é a história da cidade de Faro?
Sim, igreja do Carmo e monumentos.
INQUERITO Nº: 18
U
Nome: Eduarda Sousa
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Lembro me da construção da fonte e da sua polémica.
2)Desde quando é vive/s aqui?
Nasci em Faro e vivo cá desde 1994.
3)O que acha/s que deste espaço?
Só serve para andarmos a volta com o carro. A fonte não funciona.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Tem havido alternância na câmara, muitos projectos sem execução.
Cidade tem zonas altamente degradadas.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Na actual situação da cidade só dá mesmo para servir de rotunda.
Tirava o poço, plantava muitas árvores, colocava uma parede a correr agua e bancos, tudo sem muitos custos.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Aproximadamente 2000 Euros.
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Licenciada
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Cidade Ossonoba, foi habitada pelos mouros, ultima província a ser conquistada.
INQUERITO Nº: 19
V
Idade: 31
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
A mesma.
2)Desde quando é vive/s aqui?
1976 (quando nasci)
3)O que acha/s que deste espaço?
Podia estar melhor, a fonte e muitas casas velhas a cair.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
A cidade tem falta de tanta coisa, difícil de dizer.
A fonte saia, espaços verdes.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Não.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu.
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º ano
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Sei pouco.
INQUERITO Nº: 20
Y Idade: 53
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Antes tinha um poço, que agora está noutro sítio.
fonte deve ter 40 anos.
2)Desde quando é que vive/s aqui?
53 nos, aqui perto.
3)O que acha/s que deste espaço?
Péssimo.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Mais ou menos, com algumas.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Qualquer coisa mais bonita do que isso.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
1000 euros
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
9º Ano/ Curso de Administração de Comercio.
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Sei alguma coisa.
INQUERITO Nº: 21
Z Idade: 25
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Lembro-me dele sempre igual.
2)Desde quando é vive/s aqui?
Desde sempre.
3)O que acha/s que deste espaço?
Mal aproveitado, podia ser muito mais bonito.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não sei.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Reconstruía a fonte, um bar ou outro.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não tenho, sou estudante.
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º Ano (presente: Universidade)
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Conheço alguma, cidade invadida pelos mouros.
INQUERITO Nº: 22
AA
Idade: 19
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Nenhuma.
2)Desde quando é que vive/s aqui?
5 anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Não muito bonito, porque está muito mal conservado.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não sei, não conheço.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Bancos e mais arvores, um quiosque.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não sei (sou estudante).
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Frequento Escola Secundária.
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não sei.
INQUERITO Nº: 23
BB
Idade: 75
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Já não me lembro, já esta assim há muito mas com a fonte a funcionar era muito bonito, tinha um jardim.
2)Desde quando é vive/s aqui?
39 nos.
3)O que acha que deste espaço?
Mal.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não estou muito a par, podia ser melhor, mais limpo e com mais espaços verdes.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Jardim com bancos.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Professora de Ensino Básico
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Muito pouco.
INQUERITO Nº: 24
CC
Idade: 58
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Considerada zona antiga da cidade, sempre com movimento.
2)Desde quando é vive/s aqui?
49 anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Podia ser mais característico e devia estar com o aspecto como antigamente porque agora tem uma grande mistura de construção.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não respondeu
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Punha a fonte a trabalhar, restaurava casas e traço antigo.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim, é uma zona boa para habitar.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Curso comercial antigo
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Sim, conheço bem.
INQUERITO Nº: 25
DD
Idade: 80
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era quase igual.
2) Desde quando é vive/s aqui?
20 tal Anos
3) O que acha/s que deste espaço?
Não sei, é normal.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Mais ou menos.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Espaços verdes.
7)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
8)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
9)Quais são as tua/s habilitações literárias?
5º Ano
10)Qual é a história da cidade de Faro?
Muito interessante e vasta.
INQUERITO Nº: 26
EE
Idade: 32
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Para mim não mudo grande coisa.
2)Desde quando é vive/s aqui?
2 Anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Raízes bonitas, imagino que antigamente era um espaço muito bonito.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Sim e não.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Um parque pequeno com flores.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
1000 Euros
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Licenciada
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não respondeu
INQUERITO Nº: 27
FF
Idade: 60
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era muito melhor aproveitado, lembro-me da construção da fonte.
2)Desde quando é vive/s aqui?
49 nos
3)O que acha/s que deste espaço?
Está bastante degradado
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Com algumas.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Recuperava as casas antigas.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
5º Ano
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não conheço.
INQUERITO Nº: 28
GG
Idade: 29
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Moro aqui há pouco tempo.
2)Desde quando é vive/s aqui?
5 meses
3)O que acha/s que deste espaço?
Vegetação e construção bonita mas mal conservada.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não.
5)O que é projectaria/s para este espaço?
Mais arvores, um jardim e tirava a fonte.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim, é agradável.
6 Qual é o rendimento per capita na família?
Ca. 850 Euros
7 Quais são as tua/s habilitações literárias?
12º Ano
8 Qual é a história da cidade de Faro?
Ainda não conheço bem.
INQUERITO Nº: 29
HH
Idade: 47
1) Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Era muito diferente, sempre existiu a fonte e tinha mercearias antigas.
Mas ao mesmo tempo está parecido.
Antigamente morava em frente à capela.
2) Desde quando é vive/s aqui?
47 Anos
3) O que acha/s que deste espaço?
Está igual.
4) Concorda/s com as políticas camarárias?
Não, em especial por causa dos parquímetros.
5) O que é projectaria/s para este espaço?
Não faço ideia.
6) Gosta/s do espaço onde habitas?
Gosto.
7) Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8) Quais são as tua/s habilitações literárias?
9º Ano
9) Qual é a história da cidade de Faro?
Sei alguma coisa.
INQUERITO Nº: 30
II Idade: 39
1)Qual é a memória visual que guarda/s deste espaço?
Pouco, penso que não mudou muito.
2)Desde quando é vive aqui?
6 Anos
3)O que acha/s que deste espaço?
Bonito.
4)Concorda/s com as políticas camarárias?
Não.
5)O que é projectaria para este espaço?
Espaço cultural.
6)Gosta/s do espaço onde habitas?
Sim.
7)Qual é o rendimento per capita na família?
Não respondeu
8)Quais são as tua/s habilitações literárias?
Licenciado e Pós-graduação
9)Qual é a história da cidade de Faro?
Não respondeu
Concluí-se que 80% dos inquiridos estão insatisfeitos com o lugar onde habitam. São as pessoas com uma educação superior que apresentam as maiores preocupações estéticas e criticas á politica camarária.
Salvo 3% dos inquiridos cujo fio condutor da entrevista apresentava respostas que entravam em contradição o seu discurso.
Não nos pareceu relevante a diferenciação de género, pois as respostas são em todo semelhantes.
Conclusão
Durante a pesquisa deste projecto deparámo-nos com uma exaustiva demora por parte dos Serviços camarários e diocesanos em nos fornecer o material necessário para a condução deste projecto.
Em termos históricos è engraçado denotar que a arquitectura civil sempre esteve subordinada ao poderio e crescimento da igreja. A guerra, nomeadamente a invasão de Essex, fez prosperar de uma forma perversa novas tipologias arquitectónicas que contribuíram para uma nova estética.
A estética religiosa è indissociável a um qualquer planeamento que não vise a sua recuperação e integração na estética urbana.
Desde a digna recuperação pombalina; Faro não apresentou em termos estruturantes nada de novo para uma requalificação de uma urbe minimamente estética.
Poder-se-á dar o exemplo do plano geral de urbanização de 1945 homologo às intervenções do Arq. Cabeça Padrão (anos 60) que visaram a recuperação de elementos urbanísticos e arquitectónicos notáveis. No entanto, as politicas camarárias, as transferências de pastas e a especulação imobiliária descaracterizaram em todo a beleza citadina. Dá-se o exemplo de um tecido urbano totalmente corrompido em 1980 na alçada do Arq. Tomás Taveira.
Só muito tardiamente, em 1993, è criado o PRAUD.
A zona que propusemos a dinamizar com um projecto cultural e artístico no sentido de recuperação da área urbanística e religiosa (Ermida do Pé da Cruz), não teve qualquer feedback das entidades responsáveis.
80% dos inquiridos na área a intervir, estão em pleno desacordo com as politicas camarárias.
Concluímos que qualquer intervenção artística que vise dinamizar o património, educar culturalmente e a reabilitação da estética urbana jamais terá viabilidade.
Bibliografia seleccionada:
Santos, Mariana Amélia Machado – Reminiscências dos Descobrimentos em Faro, in “Correio do Sul “ de 22 – 11- 1966.
Anais do Município de Faro, 1971/ 1980, nº X, Câmara Municipal de Faro, Centro de Documentação do Museu Municipal.
J. B. Da Silva Lopes, Memorias para a história eclesiástica do bispado do Algarve, Lisboa, Academia Real das Sciencias !848.
Francisco Lameira, Faro, A arte na história da cidade, Faro: CMF, 1999
António Brito, Memorias paroquiais da cidade de Faro, anais do Município de Faro, CMF, 1987,Nº 17.
Marco Diniz, A arquitectura civil em Faro pós terramoto de 1755, anais dos municípios de Faro, CMF, 1980, Nº10.
Fernando Goittia – Breve História do Urbanismo, quarta edição, Lisboa: Presença, 1986.
Teresa Gamito, Turismo e arqueologia no Algarve, V congresso do Algarve. Silves: Racal Clube do Algarve, 1988.
Alberto Iria, Cartas dos governadores do Algarve, 1638-1663, Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1978.
Serrão, Henriques Fernandes, História do Reino do Algarve, duas descrições do Algarve do séc. XVI, Lisboa, Sá da Costa Editora, 1983.
Fernando Gil, A ciência tal qual se faz, Lisboa, Edições Sá da Costa, 1999.
Monumentos 29. Revista semestral de edifícios e monumentos, CMF, 1985.